Lançamentos Bienal do Rio 2015

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segunda-feira, 4 de março de 2013

[RESENHA] - Eu Sou o Número Quatro


Informações: 
Edição: 1 
Editora: Intrínseca 
ISBN: 9788580570137 
Ano: 2011 
Páginas: 350 
Tradutor: Débora Isidoro 



Sinopse: “Nove de nós vieram para cá. Somos parecidos com vocês. Falamos como vocês. Vivemos entre vocês. Mas não somos vocês. Temos poderes que vocês apenas sonham ter. Somos mais fortes e mais rápidos que qualquer coisa que já viram. Somos os super-heróis que vocês idolatram nos filmes e nos quadrinhos — mas somos reais. 

Nosso plano era crescer, treinar, ser mais poderosos e nos tornar apenas um, e então combatê-los. Mas eles nos encontraram antes. E começaram a nos caçar. Agora, todos nós estamos fugindo.” 


O Número Um foi capturado na Malásia. 

O Número Dois, na Inglaterra. 

E o Número Três, no Quênia. 

Eu sou o Número Quatro. 

Eu sou o próximo." 






Eu sou o Número Quatro trata de um tema que, a princípio, não me chamou atenção: “alienígenas”. Confesso que não sou muito fã do tema, mas como assisti ao filme por curiosidade e gostei tive o interesse de ler e o resultado foi inacreditável e surpreendente. 

O livro conta a história de um dos outros planetas habitados do universo, chamado Lorien, que foi destruído pelos Mogadorianos (que pertencem a outro planeta habitado, sendo uma raça invasora de alienígenas, extremamente agressiva). Durante o ataque, nove crianças juntos com seus Cêpans (um tipo de guardiões) foram enviados à Terra com o intuito de fugir dos invasores e desenvolver seus Legados (poderes) para poderem voltar para seu planeta natal e o repovoar. 

Antes de deixarem seu planeta, Pittacus Lore (um dos anciões) fez uma espécie de encantamento de proteção. Cada um dos nove Lorienos recebeu um número e só podem ser mortos na ordem. Os números um, dois e três já foram mortos. O próximo é o número quatro, personagem no qual o livro é focado. 

Quatro e Henri, seu Cêpan, vivem se mudando e trocando de identidade para fugir dos Mogadorianos. Depois da morte do número Três eles fogem novamente. Dessa vez eles acabam indo para Paradise, Ohio, onde Quatro recomeça uma nova vida passando se chamar John Smith. Ele passa a frequentar a nova escola e somos apresentados a outros personagens como Sarah, Sam e Mark. 

Assim que iniciei a leitura, deixar o livro de lado foi praticamente impossível. Narrado em primeira pessoa, o livro foi perfeitamente desenvolvido, com uma excelente trama e bem escrito. O que mais me chamou atenção foi o desenvolvimento do tema. Totalmente diferente do que estamos acostumados. O foco do livro realmente é a ficção-científica. Cheio de ação, mistérios e claro com uma pitada na dose certa de romance. 

Os personagens são fantásticos. John é corajoso, totalmente maduro para um menino de 15 anos, disposto a tudo para vencer. Seu romance com Sarah não é aquele namoro meloso, mas divertido e bem resolvido mesmo sendo ela sua primeira namorada.
Sam é um dos meus favoritos! Nerd, fissurado por aliens e todo tipo de conspiração possível, tímido e por incrível que pareça é super corajoso, é o melhor amigo do John. É o personagem mais divertido! E outro, que desde o filme é meu preferido é o Henri, o Cêpan do John. No livro ele foi muito mais trabalhado, mostrando todo seu lado paternal e amigo que na versão cinematográfica ficou muito superficial. 

Outro detalhe sensacional foi a critica dos autores às questões ambientais voltada para nosso planeta, visando a conscientização e cuidados com a Terra. Afinal, nosso planeta corre risco de invasão justamente porque Mogadore é um planeta com todos os recursos esgotados e a ponto de morrer, o que fez com que os Mogadorianos tomassem o que podiam dos outros planetas. 

Escrito por James Frey e Jobie Hughes com pseudônimo de Pittacus Lore, ancião a quem foi confiada a história dos nove. Uma brincadeira que achei sensacional e só descobri durante a leitura. No decorrer da leitura percebi a mudança de escrita, mesmo sutil, contudo foi algo que não me incomodou. 

O livro tem uma escrita muito leve, por isso a leitura é rápida. Mas tem alguns pontos da história que achei que poderiam ser melhorados. Pra mim faltou um toque de drama. Sim, drama! Sério, a reação de algumas personagens ficou meio estranha, pois elas aceitaram muito bem o fato dele ser extraterrestre e possuir poderes. Foi tão natural quanto dizer: “Na verdade meu cabelo não é preto... é loiro”. Acho que as pessoas poderiam ter ficado chocado, do tipo “Não sei agora o que pensar sobre você, preciso de um tempo” e sair correndo. Isso teria animado mais o livro, além de deixar mais crível. 

Preciso dizer também que o final não é lá um dos mais felizes. Quanto tudo acabou e eu li o último capítulo, chorei de soluçar. Ok, isso não é nenhuma novidade, eu sei. Mas, é triste o final. Alguns morrem, alguns precisam dizer adeus... Afinal, guerra é guerra. Mas, no meio de tudo isso, vemos que isso não foi um final. Com certeza absoluta não é um final... E sim, um começo. O livro foi apenas uma introdução, um prefácio, de uma grande história que está por vir. Muitas perguntas ainda precisam ser respondidas e muitas perguntas precisam ainda ser feitas. Vale a pena conferir a história de John Smith. 






Critérios de Avaliação 



a) Arte da Capa: 

Esse é um livro que tem várias versões de capa, inclusive uma com o pôster do filme. Mas a versão que eu tenho (inclusive é a minha preferida) é a laranja avermelhada, com um símbolo Lorieno. Adoro o titulo em relevo e a impressão que passar de ser uma bola de fogo. 



b) Trama: 

A trama foi bem construída. Os personagens são simples, mas o universo que os envolve é muito complexo criando uma trama que a cada pergunta respondida leva a mais outra pergunta e assim por diante. Os autores souberam desenvolver muito bem isso. 



c) Caracterização dos Personagens: 

Os personagens são realmente ótimos e foram trabalhados com maestria. Pela maioria no livro ser adolescente os autores souberam retratar toda a insegurança, os medos e os problemas que todos acabamos passando nessa fase da vida, principalmente na escola. Mas, ao mesmo tempo foi trabalhado todo o potencial e força, que mesmo jovens, os personagens adquiriram pelo estilo de vida que levam. As emoções são um ponto forte na trama, as lembranças e tudo o mais que constrói cada personagem até a palavra final. E isso faz com que o leitor acabe ficando apegado aos personagens. 



d) Qualidade do Livro (papel, letra, erros, etc.): 

A diagramação e a revisão estão ótimas. O papel é poroso e cor de creme mais fosco. As letras não são tão pequenas. Achei muito lindo os símbolos Lorienos usados nas quebras de cena. 




e) Comparação com outras obras do Gênero: 

Eu Sou o Numero Quatro é realmente uma inovação para o gênero ficção cientifica. Que o povo adora uma história de conspiração e ainda mais envolvendo aliens não é novidade para ninguém. Mas isso sempre foi um assunto mais para adultos, afinal que interesse adolescentes teriam em um monte de fatos políticos e teorias? E se trocássemos os adultos por adolescentes, acrescentando perigos, mistérios, aventura e claro, romance? Sim, pensando dessa forma, o livro veio ganhar uma nova faixa etária de leitores para o gênero. Fora que, os Lorienos são tão parecidos com os humanos que em alguns momentos dá pra se esquecer de que o John não é um adolescente normal. E isso gera uma conexão maior com o leitor, principalmente se ele, assim como eu, não for tão fissurado por esse gênero de leitura. 



Nota: 4,5

4 comentários:

  1. Eu primeiramente assisti ao filme e só depois li o livro. Simplesmente amei. Gostei muito da sua resenha.

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    1. Obrigada!!!
      Tambem fiz assim, assisti ao filme e esse me fez descobrir o livro. Me apaixonei por essa saga.

      Abraços

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  2. Eu ainda não li o livro, mas já assisti o filme e gostei muito mais sei que me decepcionarei com o filme ao ler o livro, sempre é assim.

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    1. O filme não foge tanto, mas o livro com certeza é melhor. Espero que aprecie a leitura tanto quanto eu.

      Abraços

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