Lançamentos Bienal do Rio 2015

Lançamentos Bienal do Rio 2015

terça-feira, 12 de junho de 2012

[Review] Branca de Neve e o Caçador


ATENÇÃO: ESTE TEXTO CONTÉM ALTO ÍNDICE DE SPOILERS.

 
Quando vi o trailer pela primeira vez, eu simplesmente me arrepiei dos pés a cabeça.

A montagem ficou tão boa e as cenas colocadas lá, incitavam de tal forma que me deixou sem fôlego. Mas infelizmente o filme não estava à altura do esperado.


Não sei se foi por esperar demais desse filme, ou foi por ter assistido The Avengers tão recentemente (Cujo roteiro foi o melhor do ano para mim), no entanto, o roteiro de A Branca de Neve e o Caçador pecou em muitos pontos.

Os diálogos foram muito bem construídos. Há falas que são memoráveis e de uma beleza única. Investiram pesado no papel da rainha má, tanto nas falas bem elaboradas quanto em suas fortes expressões.


Mas o diretor estreante Rupert Sanders, pecou feio na linha temporal e em vários outros pontos.

Primeira cena que deixou a desejar foi: Como Branca de Neve pode sair cavalgando tão bem aquele corcel branco e ainda por cima sem cela, se ela ficou desde adolescente presa naquela torre sem ao menos ver a luz do dia?

No mínimo isso exigiria um mínimo de treino da parte dele não?












Como ela conseguiu acalmar o Troll? Tudo bem que ela tinha o coração puro (ou pelo menos a kristin tentou passar isso para o público), mas realmente não ficou claro o porquê que a fera não a atacou. 

A mudança repentina de clima e biodiversidade foi uma das piores que eu já vi. Sanders não conseguiu passar a idéia de tempo entre uma cena e outra. E muitas vezes talvez possam ter se passado semanas e o público simplesmente ficou boiando. 

Numa hora eles estão em uma floresta seca e estranha, do nada eles chegam a um descampado forrado de mato seco. Voltam para outra floresta, só que desta vez normal, onde há flores e grama. Mas do nada surge montanhas congeladas e a neve cai pesada, mas antes que percebermos, ela já foi embora novamente.






Com certeza um dos pontos mais forte do filme foi a atuação impecável de Charlize Theron (Doce Novembro). Ela interpretou o papel da rainha má com uma maestria sem igual. Suas expressões fortes e muito bem colocadas na hora certa, Charlize soube controlar seu papel com uma perfeição única.

O pior ponto do filme foi a atuação de Kristin Stewart (Crepúsculo). Ela atua como se correntes a segurassem, sem entusiasmo, sem profissionalismo.

Parecem dois extremos: Dum lado Charlize Theron com sua atuação perfeita, e do outro Kristin Stewart com suas expressões ruins, que mais parece que ela estava sentindo dor durante toda a filmagem.

Com certeza a escolha da Kristin para o papel de Branca de Neve foi uma escolha errada e que trouxe conseqüências para o filme.




Chris Hemsworth (Os Vingadores) fez o papel do caçador e sua atuação contribuiu fortemente para o filme. Já o papel do jovem William (Sam Claflin), ao qual seria o amor de Kristin foi deixado em segundo plano e foi muito pouco explorado.

E em meio a tudo isso, mais uma vez o público fica sem uma base sólida para se firmar e se pergunta sobre o romance que pende para um triangulo amoroso e sem sentido.

Quanto aos efeitos especiais, foi um dos únicos setores do filme que levou o serviço bem a sério. De todos eles com certeza o troll da floresta foi o mais marcante.

Lindo, horrendo, poderoso e mau. Tudo isso ao mesmo tempo. Suas características, textura e expressões, traçadas com perfeição pela equipe de efeitos especiais. Ótimo trabalho.

Maquiagem e efeitos sonoros assim como toda a trilha sonora do filme também foram espetaculares e marcantes.

As locações de filmagem não deixaram a desejar em nenhum instante. Escolhas perfeitas e exuberantes como o castelo em estilo medieval e a floresta negra, contribuíram fortemente para o sucesso do filme.

Você é literalmente transportado para a idade média. O figurino do filme segue fielmente a linha temporal em que se passa a história. Não poderia deixar passar a critica sobre o setor de Figurino, pois o trabalho que eles fizeram foi excelente.

Em todo o filme há bastantes falhas, mas a pior delas foi deixar sem explicar de onde saiu aquela floresta encantada e o que realmente era aquele cervo.

Para quem já assistiu Princesa Mononoke, um clássico da Série Ghibli, consegue identificar com perfeição o sentido de tudo aquilo, mas quem não conhece a lenda e não sabe o que o cervo significa, fica sem entender nada do por que daquela cena.

Um detalhe engraçado foi como o brasão estampado no escudo da Branca de Neve se parece com o brasão da árvore branca de Minas Tirith em O Senhor dos Anéis. Coincidência? 

Agora cabe o público decidir o que será do filme. Sua exibição está apenas começando e já tem concorrente como Espelho, Espelho meu, estrelado por Júlia Roberts. Porém Espelho, Espelho meu atinge um público mais jovem, enquanto Branca de Neve e o Caçador atinge uma camada mais adulta da população.

Nota: 3,8


 
Licença Creative Commons
[Review] Branca de Neve e o Caçador de Moisés Suhet é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
Perssões além do escopo dessa licença podem estar disponível em http://edensaga.blogspot.com.br/.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens populares