Olá
pessoal!
Essa semana eu trago mais uma resenha de
uma história que me surpreendeu.
Esperava sim, que Filhos de Galagah
fosse uma história muito boa, pois os comentários e críticas que já tinha lido,
dizia isso.
O que eu não esperava era a soberba que
vinha junto com ela.
Leandro Reis é brasileiro e mora em São
José dos Campos em São Paulo. Por toda sua vida foi apaixonado por histórias de
dragões, elfos e magia; juntado a paixão pelos seres fantásticos e o desejo de
seu coração de escrever, deu vida ao belo mundo que habitava em sua mente,
compartilhando conosco essa maravilhosa aventura
Quando digo que Filhos de Galagah foi
muito além do que eu esperava, digo a verdade.
Sabendo que o autor era brasileiro, e
com base nas experiências de livros nacionais que recentemente li, meu coração
se incitou em ler sua obra.
E o que eu encontrei?
Um mundo magnífico, repleto de seres
fantásticos e histórias de heróis.
Mas isso tudo já não há nas outras
histórias?
Sim há... mas a forma como Leandro Reis
manipula as palavras é bem diferente.
Sua escrita é leve e bem diferente de
Gigantes da literatura como J.R.R. Tolkien ou mesmo George Martin. Enquanto um trás
uma aclamada descrição do átrio a sua volta o outro faz uma onipotência aos
acontecimentos de cada personagem.
Leandro Reis por sua vez, possui uma
leve aproximação à Raphael Draccon, não pela escrita, mas pela manipulação de
sentimentos. Alegria, temor, paciência, maldade, honra, traição, ódio, amor,
esperança, gratidão, soberba e muito mas, retratados com maestria por ele.
Posso dizer que Leandro me levou a fazer
uma auto-análise de mim mesmo, a respeitos de alguns assuntos que me tocou
durante sua leitura. O principal deles foi a fé.
Em meio a um mundo de humanos e seres
fantásticos, o sagrado também se faz presente, e Leandro nos mostra, através de
sua personagem principal, Galatea Goldshine, que muitas vezes não somos dignos
de dizer que acreditamos em algo mais, de tamanha pequenez de nossa crença.
Ele nos conduz pela história de
nascimento de uma guerreira, que acima de tudo, possui uma fé grandiosa. E
através dela, consegue vencer barreiras intransponíveis para qualquer conceito
humano e comum que possa existir.
Suas experiências vividas através de sua
jornada levam o leitor a acompanhar seu crescimento; fazendo-nos aprender com
ela e com suas dúvidas e obstáculos.
Outro quesito que me chamou a atenção é
que, nunca vi e senti um mal tão palpável quanto o mal descrito po Leandro Reis.
Mesmo Star Wars, com seu lado sombrio da
força nos ,mostrado com plena nitidez através da vida do jovem Skywalker como é
a escuridão, Leandro vai mais além.
Ouço dizer que para mim as trevas em seu
livro se tornaram matéria, e que podem ser tocadas.
A manipulação de sentimentos e sensações
nunca vistas antes, nos faz temer junto aos personagens, de tão frio e negro
que é.
Em sua jornada, nossa heroína encontra
forças que se aliam a ela. Elfos, homens, bruxos e magos se juntam para
combater o mal de Ars Nibul, o reino onde as trevas habitam, e as sombras que
emanam de Enelock e seus asseclas.
“-
Vou compartilhar algo com você.... – Disse apreciando a paralisia do jovem,
enchendo suas palavras de satisfação – Poucos mortais chegam próximo o
suficiente para sentir o que você experimenta neste momento. Quando o mal se
tornou profundo em mim, os deuses me abandonaram. Minha alma foi largada à
sorte... Até que Orgul veio a mim.
Ele
estremeceu.
-Orgul...
– Repetiu para si... deus do mal absoluto.
-Ele
sussura em sua alma e apresenta o caminho inverso. O caminho do poder. Ele ensina a controlar as
estúpidas leis universais e mostra o quão fraco os vermes que se dizem deuses
são. E quando você aceita isso...
Os
pontos rubros aproximaram-se, com dois passos. A paralisia de ... almentou, o
medo sobrepujou a razão. Ele queria correr... tudo o que fez foi fechar os
olhos com toda a força que podia. O pânico tomou conta de seu corpo e seus
pensamentos dispersaram-se. Mal conseguia respirar.
-Você
passa a ver as criações desses deuses como elas realmente são... – A criatura
parou por um segundo, para sentir o gosto do desespero do ... e concluiu: -
Nada...
...
sentiu que ele se aproximou mais. Desesperado, fez um esforço extremo e moveu a
perna para trás. Mas ao tentar firmar-se nela, caiu desajeitado. As palavras da
criatura entravam em sua mente, marcando-a como se escritas por ferro e brasa.
-
E quando se percebe isso, você sobrepuja a fraca vontade desses seres
patéticos, mostrando o quão impotentes e insignificantes eles são.
Ao
perceber que a criatura estava sobre ele, ... encolheu-se na posição fetal,
cobrindo a cabeça com os braços trêmulos.
-
E eles se encolhem apavorados perante meu poder.”
Critérios de avaliação:
a) Arte da capa.
Ilustrada
pelo artista Licínio Souza, a capa do livro consegue resumir a história em
simples elementos, que são a espada e o escudo, mas que simbolizam com
perfeição sua magnitude e intenção.
b) Trama
A
trama é muito bem desenvolvida, não deixando falha alguma.
Todos
os caminhos de conflitos abertos pelo autor de importância para aquela parte da
história foram fechados com maestria.
Lógico
que se tratando de uma trilogia não teria como não deixar alguns caminhos
entreabertos, pois haverá muito mais a ser revelado.
Em
momento algum a leitura tornou-se cansativa ou perdeu-se o pique.
Sabe
aquela hora que ficamos pensando em acabar logo para focar na parte da história
que queremos?
Isso
não aconteceu com Filhos de Galagah.
Do
começo ao fim, Leandro deixa o leitor faminto por cada letra que ele joga nas
páginas, e o faz devorar cada uma com uma gula sem igual.
c) Caracterização de personagens
Cada
personagem parece estar vivo perante sua obra.
Suas
caracterizações são perfeitas e distintas. Com inúmeras características ele
cria um universo bem construído, dosando na medida certa humor, alegria,
frieza, felicidade entre outras.
d) Qualidade do livro (papel, letra, erros e etc)
Publicado
pela Editora Idea, meu exemplar é um broxura de 15x23 cm, com folhas brancas.
Prefiro as folhas amareladas, porém não encontrei um exemplar com esse tipo de
folha e não sei se o mesmo tem as duas versões disponíveis para venda.
Sua
diagramação é simples e não encontrei erro algum, de qualquer tipo que seja.
O
que me chamou a atenção, são as ilustrações presente a cada inicio de capítulo.
Fruto da união dos artistas: Licínio Souza, Valdez Oliveira e Ig guará.
No
final do livro há um mapa que dá uma maior compreensão do território onde se
passa a história.
e) Comparação com outras obras do gênero
Os
Filhos de Galagah ao mesmo tempo em que possui traços semelhantes a qualquer
obra literária de LitFan (literatura fantástica) que conhecemos; possui uma
característica própria não encontrada em outros autores. Ela é forte e possui
peito para competir com obras grandiosas da LitFan estrangeira.
Nota: 5
Já havia ouvido falar do Leandro, através dos videos do "Na Mira dos Livros" do Shulai.
ResponderExcluirHá, inclusive, um video sobre o lançamento: http://www.sobrelivros.com.br/na-mira-dos-livros-32-lancamento-enelock-de-leandro-reis/
Se um dia esse blog resolver fazer uma postagem sobre o autor, poderia colocar.
Gostei muito da resenha e fiquei muito interessado em adquirir um exemplar. Assim que diminuir minha lista de leitura, vou a procura na net. Fica um sugestão: coloque o link para a compra do livro. Facilta as coisas...
P.S. Ainda está me devendo a resenha de Peregrino.
Grande Abraço
Obrigado Marcos pelo comentário!!
ExcluirCompre o livro sim... recomendadíssimo!
Obrigado pelas sugestões...
Abraço!
Li muitas resenhas da trilogia do Leandro, por ter interesse em como o trabalho dele foi recebido, se as ilustrações e videos ajudaram, etc.
ResponderExcluirPosso dizer, com alto nivel de segurança, que esta resenha é de qualidade e imersao excepcionais, estando entre as melhores.
Nao me lembro de nenhuma q tenha "decifrado" pq as pessoas tem empatia por este ou aquele personagem, e acredito q ficou mto mais claro agora, após ler sua abordagem de "manipulação de sentimentos".
Parabéns ao Leandro pelo livro e a Moisés Suhet pela percepção e expressao acima da média comum e em linguagem simples.
Muito obrigado Licínio pelo comentário...
ExcluirLeandro Reis realmente escreve muito bem...
Faz um tempo que venho investindo minhas leituras em literatura nacional, e a cada livro percebo o grande potencial que temos aqui no Brasil!
Abraço!
Nossa Suhet. Muito bom. PRECISO LER ESSE LIVRO. *-*
ResponderExcluirQue bom que Gostou Brenda...
ResponderExcluirFoi minha primeira nota 5...
e olha que nem pra Tolkien eu dei 5.. srsrs
Eu ja tive com esse livro em mãos e não o comprei, mas deposi dessa resenha, e dessa curiosidade que vc despertou, pensarei na proxima vez que o tiver.
ResponderExcluirPRECISO LER >.< a-g-o-r-a !!!!
ResponderExcluir