Terceira resenha seguida. Acho que finalmente to entrando na
linha hein?
=D
Hoje vamos falar do livro Os Dias do Cervo.
Autora: Liliana Bodoc
ISBN 978-85-7665-521-3
Sinopse: Os Dias do Cervo é o primeiro volume de A Saga dos Confins,
uma epopeia fantástica cujo universo provoca a imaginação do leitor que se
perde pelos caminhos de um mundo desconhecido e repleto de aventuras.
Com um pé na tradição celta e outro na mitologia
latino-americana, Bodoc constrói uma saga que se destaca pela profunda e
cuidadosa construção de personagens maravilhosos. Guerreiros, traidores e
heróis são apresentados ao leitor revelando seu passado, suas ambições e seus
temores.
Com este livro, Liliana Bodoc passa a ocupar um lugar
privilegiado entre os melhores escritores de romances de fantasia dos últimos
tempos.
Eu quis ler Os Dias do Cervo por muito tempo. Trabalhava em
frente a uma livraria, então estava sempre passeando por seus livros. Um dia,
andando pela sessão de destaques vi o livro e não pude deixar de dar uma
foleada.
Fiquei logo empolgado com o mapa da folha de rosto que ao invés de
mostrar um mapa à semelhança da Europa, parecia mais com a América. Isso mais
as sinopses do fundo e da orelha do livro me deixaram muito curioso, mas acabei
sem comprar o livro no dia. Sempre que via ele em alguma outra livraria
pensava: Ainda vou ler esse livro. Até que encontrei ele por $10 e aí não tinha
como deixar a oportunidade passar. =D
O livro é o primeiro dA Saga dos Confins, que conta uma
historia épica sobre o encontro das forças de Misáines com os habitantes das
Terras Férteis.
Logo no inicio somos apresentados aos husihuilkes, um povo
de cabelos pretos e olhos castanhos, guerreiros e orgulhosos. Eles me lembraram
dos índios da América do Sul. A proposito, eles vivem mesmo no sul do
continente. Conhecemos a família de Dulkancelin (o protagonista da historia),
seu povo, seus costumes e também Kupuka, o bruxo da terra.
Uma das figuras que mais gostei na história foi Kupuka, ele
tem uma aura de mistério e magia. Mas não uma magia qualquer, é a magia das
Criaturas. Algo como uma mistura de pajé e xamã.
Acontece que a família
de Dulkancelin recebe a visita de Cucub, um mensageiro que veio de muito longe,
para levar Dulkancelin para uma reunião com representantes de todos os povos
das Terras Férteis. Supremos Astrônomos percebeu que há navios chegando das
Terras Antigas, mas não se veem em paz. Os povos devem decidir o que fazer. Dulkancelin, então, parte numa jornada através
do continente para representar o seu povo.
Já que toquei nesse assunto, vou continuar. Uma das coisas
mais legais que encontrei no livro foi a diversidade de povos. Liliane Bodoc
criou um mundo onde cada povo tem seus próprios costumes, características e até
sua própria língua. Existem povos de cabelos e pele castanha como os índios,
pastores que enfrentam o deserto, povos que tem pirâmides e se ornam de ouro
como os Maias e várias outras criaturas. Existem também outros dois povos
fantásticos que, pra mim, merecem atenção. Eles são o Clã das Corujas, um povo
que vive no Tempo Mágico e é velho e sábio e os Lulus. Os Lulus são uma raça
diferente. Eles têm caudas e dançam ao luar, mas entendem muito mais da Magia
das Terras Férteis.
Os personagens do livro são bem construídos e caricatos. Cada
um tem um papel específico. A partir das descrições das cenas, das falas e das
descrições que Bodoc faz, dá pra perceber qual a personalidade e a índole do
personagem. Dá até pra prever o que eles
vão fazer.
Agora chego na parte ruim. Para falar a verdade, pra mim, a
historia é bem previsível, não tem muitas surpresas. Existem alguns momentos
que eu nem imaginava que iam acontecer, e outros que até empolgam, mas na maior
parte do tempo eu meio que já sabia o que ia acontecer.
Outra coisa que me incomodou foi o ritmo da historia. Ela parece
se arrastar em alguns momentos para se soltar de vez só no final. A escrita
também é bem descritiva. O que é bom em alguns momentos para imaginar os cenários
exuberantes que Bodoc constrói. Mas em outros momentos é desnecessário. Juro
que tinha horas que eu lia pulando palavras.
A verdade é que eu esperava mais do livro (e esperei por um
bom tempo). Mas quando eu finalmente li não me empolguei.
De qualquer maneira, não digo que é um livro ruim. Veja bem,
ele só não me empolgou. Eu passei um pouco mais de tempo lendo do que de
costume, mas a historia é boa e bem construída. Os personagens são legais e os
povos e cenários que a autora criou são fantásticos e originais.
É um bom livro pra ler, principalmente antes de dormir ou
quando se está esperando. Ele não tem altas doses de adrenalina ou emoção, mas
elas estão presentes. Assim como amizade, lealdade, traição e magia. Veja bem,
este livro não garantiu prêmios para Liliane Bodoc e foi parar na mesa de
destaque da livraria por acaso.
Os Dias do Cervo é o primeiro livro de uma trilogia. Os outros
dois ainda não foram lançados no Brasil, mas pra falar a verdade (e apesar de
minha semi-apatia) eu estou esperando que eles finalmente sejam lançados por
aqui para saber o que mais acontece na historia.
Agora os
Critérios de Avaliação:
a) Arte da Capa: É uma ilustração em preto e verde,
bonita até, mas que não tem absolutamente nada a ver com a historia do livro. O
titulo e o nome da autora estão em branco dentro de um retângulo. A capa,
apesar de não remeter á historia, está bem diagramada.
b) Trama: A narrativa segue meio arrastada até um pondo
do livro e depois acelera. Cansei de ler em alguns momentos. Apesar disso, os
momentos estão bem divididos e a história bem construída.
c) Caracterização dos Personagens: São muito bem
estruturados e tem descrições que não deixam nenhuma duvida.
d) Qualidade do Livro (papel, letra, erros, etc.): Impresso
em papel pólen, aquele amarelo e poroso. É bem leve, confortável aos olhos e
fácil para virar as paginas. A Tipografia (Caslon) tem serifa* e um bom equilíbrio
então é mais difícil de cansar. Pra terminar esse é mais um livro que tem Colofão*
♥.
e) Comparação com outras obras do Gênero: Esse é o
maior trunfo do livro. A historia é muito original quando comparada com outras
obras de fantasia. Ela não tem um ambiente medieval, como é comum, mas se
baseia principalmente na cultura americana.
Nota: 3
Ps. Se você, como eu, adora ilustrações, a autora tem um
projeto muito legal com o artista Gonzalo Kenny. Dá uma olhada aqui.
Resenha - Os Dias do Cervo de Jau Santoli é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Baseado no trabalho em http://edensaga.blogspot.com.
Perssões além do escopo dessa licença podem estar disponível em http://edensaga.blogspot.com.
Oi, Moises,
ResponderExcluirConheci Os Dias do Cervo mais ou menos como vc... Um dia na livraria encontrei o título, li que era de uma escritora argentina e já tinha ganhado prêmios. Fiquei curiosa para conhecer uma fantasia de uma autora latina, mas no dia não tive nenhum trocado no bolso pra comprar,estava por R$34,90, eis que algum tempo depois encontrei o livro por 10 reais na feira do livro daqui! Ainda não li, está na lista de espera. E foi bom encontrar uma resenha sua sobre o livro, nunca tinha visto nenhum comentário sobre ele...
Oi, Laísa =D
ExcluirEntão, primeiro eu preciso dizer que a resenha é minha e não do Moises. Mas eu te perdoo por isso pq o blog é dele msm =P
Segundo eu digo que achei o livro por $10 na Submarino. Acho ótimo esses lugares que ajudam a comprar livros hein?!
Mas, obrigado pelo comentário. Acho que agora que vc conhece um pouquinho mais do livro pode se jogar nele. =D