Elizabeth Drupê
Eu acordei depois do
que me pareceram algumas horas. Ainda estava em cima da grande árvore. Olhei
para o horizonte. O mar estava calmo. Era o primeiro dia da semana em Rosario.
Senti a brisa suave do fim de tarde e me deixei ficar ali por mais alguns
instantes. Lembrei-me do ocorrido no dia anterior. Como será que aquele bebê
estava?
De repente todas as questões que me afligiam no dia anterior voltaram como um soco e eu senti como se tudo estivesse girando. Levei as mãos ao rosto e respirei fundo. Acalmei-me e tentei procurar uma resposta para o que tinha acontecido aquele dia que ficou marcado em minha vida.
De repente todas as questões que me afligiam no dia anterior voltaram como um soco e eu senti como se tudo estivesse girando. Levei as mãos ao rosto e respirei fundo. Acalmei-me e tentei procurar uma resposta para o que tinha acontecido aquele dia que ficou marcado em minha vida.
O barulho de passos
rápidos me fez sair de meus devaneios. Era uma moça muito bela que levava uma
cesta com frutas e pão. Vi que ela se dirigia a casa da menina que eu vi no dia
anterior perguntando ao avô o que tinha acontecido. Deveria ser a mãe dela,
pois os traços eram os mesmos.
De dentro da casa, saiu um homem que aparentava um pouco mais de trinta anos. Ele a recebeu com um beijo na testa. De dentro da casa, um garotinho correu para os braços dela. Ele carregava um buquê de flores amarelas. Onde estava aquela menina? E o avô dela? Ele seria pai dessa moça.
“Nos vamos visitar o tumulo do vovô hoje mamãe?” Aquela pergunta do garoto para aquela mulher me fez perceber. Ela era aquela garotinha. Havia crescido. Casou-se e agora era mãe.
De dentro da casa, saiu um homem que aparentava um pouco mais de trinta anos. Ele a recebeu com um beijo na testa. De dentro da casa, um garotinho correu para os braços dela. Ele carregava um buquê de flores amarelas. Onde estava aquela menina? E o avô dela? Ele seria pai dessa moça.
“Nos vamos visitar o tumulo do vovô hoje mamãe?” Aquela pergunta do garoto para aquela mulher me fez perceber. Ela era aquela garotinha. Havia crescido. Casou-se e agora era mãe.
Eu fiquei ali
paralisada. Eu dormi por anos. Só então comecei a ver que Rosario tinha mudado.
Havia mais casas, o mercado estava maior, o castelo do rei agora era cercado
por um enorme muro e tinham inúmeros guardas na entrada.
Eu desci da grande árvore e andei entre as pessoas que circulavam. Em grande parte eram trabalhadores voltando para suas casas.
Tudo aquilo era muito confuso.
Foi quando eu vi uma pessoa que mais parecia ser uma sombra. Aquela figura sinistra estava sentada em um banco na entrada da taverna ao lado de um homem que parecia inconsciente. Fiquei em choque ao perceber que dentre todas aquelas pessoas, ele era o único que estava me vendo. Os olhos dele eram de um azul igual ao azul do mar das redondezas de Rosario. Nossos olhos se encontraram e naquele momento, eu senti uma enxurrada de sentimentos confusos e um pavor imenso.
Sem pensar em mais nada, dei vez a uma reação impulsiva e sai correndo para longe dali.
Corri em direção à parte do muro de Rosario que estranhamente – para os que estão dentro de seus limites - só se abria para quem precisasse desesperadamente sair. E naquele momento a passagem se abriu novamente para mim.
Eu desci da grande árvore e andei entre as pessoas que circulavam. Em grande parte eram trabalhadores voltando para suas casas.
Tudo aquilo era muito confuso.
Foi quando eu vi uma pessoa que mais parecia ser uma sombra. Aquela figura sinistra estava sentada em um banco na entrada da taverna ao lado de um homem que parecia inconsciente. Fiquei em choque ao perceber que dentre todas aquelas pessoas, ele era o único que estava me vendo. Os olhos dele eram de um azul igual ao azul do mar das redondezas de Rosario. Nossos olhos se encontraram e naquele momento, eu senti uma enxurrada de sentimentos confusos e um pavor imenso.
Sem pensar em mais nada, dei vez a uma reação impulsiva e sai correndo para longe dali.
Corri em direção à parte do muro de Rosario que estranhamente – para os que estão dentro de seus limites - só se abria para quem precisasse desesperadamente sair. E naquele momento a passagem se abriu novamente para mim.
***
Não sei por quanto
tempo eu corri. Parei em baixo de uma
árvore. Eu estava dentro da floresta e de onde eu me encontrava à única coisa
que eu via eram árvores e pedras.
Eu sentei em baixo de uma arvore de galhos enormes e que alcançavam alturas absurdas e tinha raízes que formavam uma letra “u”. Eu abracei minhas pernas e encostei a testa nos joelhos. Tentei me acalmar e conter todas as perguntas que vinham a minha mente. Por quantos anos eu dormi?
Pela aparência daquela moça que quando eu vi pela primeira era apenas uma garotinha, eu devo ter dormido por mais de dez anos. E aquela pessoa. Quem era?
Eu sentia um misto de sentimentos que eu não sabia identificar. Estava inquieta. Minhas mãos suavam apesar do frio que fazia naquele fim de tarde que já dava lugar a uma noite de céu escuro e estrelado.
Então, alguém pulou da árvore sobe a qual eu estava e caiu bem na minha frente.
O barulho da aterrissagem brusca daquele individuo mais o susto repentino me fizeram proferir um grito abafado de pavor e eu me segurei para não desmaiar ali mesmo quando vi quem era aquela figura macabra que com as sombras da floresta eu só enxergava os olhos.
Olhos azuis como o azul do mar que eu criei.
Eu sentei em baixo de uma arvore de galhos enormes e que alcançavam alturas absurdas e tinha raízes que formavam uma letra “u”. Eu abracei minhas pernas e encostei a testa nos joelhos. Tentei me acalmar e conter todas as perguntas que vinham a minha mente. Por quantos anos eu dormi?
Pela aparência daquela moça que quando eu vi pela primeira era apenas uma garotinha, eu devo ter dormido por mais de dez anos. E aquela pessoa. Quem era?
Eu sentia um misto de sentimentos que eu não sabia identificar. Estava inquieta. Minhas mãos suavam apesar do frio que fazia naquele fim de tarde que já dava lugar a uma noite de céu escuro e estrelado.
Então, alguém pulou da árvore sobe a qual eu estava e caiu bem na minha frente.
O barulho da aterrissagem brusca daquele individuo mais o susto repentino me fizeram proferir um grito abafado de pavor e eu me segurei para não desmaiar ali mesmo quando vi quem era aquela figura macabra que com as sombras da floresta eu só enxergava os olhos.
Olhos azuis como o azul do mar que eu criei.
Contos de Rosario - Elizabeth Drupê - #5 de Brenda Santos é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Baseado no trabalho em http://edensaga.blogspot.com.br/2013/03/contos-de-rosario-elizabeth-drupe-5.html.
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