Informações:
Edição: 1
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580570090
Ano: 2011
Páginas: 288
Tradutor: Livia de Almeida
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Sinopse: Nora deveria saber que sua vida estava longe de ser perfeita. Apesar de começar uma relação com seu anjo da guarda, Patch (quem, título à parte, pode ser descrito como qualquer coisa, menos angelical), e sobreviver a um atentado a sua vida, as coisas não parecem melhorar. Patch está começando a se afastar e Nora não consegue descobrir se é para o seu próprio bem ou se o seu interesse voltou-se para sua arqui-inimiga, Marcie Millar. Sem contar que Nora é assombrada por imagens de seu pai e ela fica obcecada querendo descobrir o que realmente aconteceu com ele naquela noite em que ele partiu para Portland e nunca voltou para casa.
Quanto mais Nora se aprofunda no mistério da morte de seu pai, mais ela começa a se perguntar se sua ascendência Nefilim tem algo a ver com isso, assim como o por quê de ela estar em perigo com mais frequência do que as garotas normais. Já que Patch não está respondendo suas perguntas e parece estar atrapalhando, ela tem que começar a procurar as respostas por si só. Confiar demais no fato de que ela tem um anjo da guarda põe Nora em perigo de novo e de novo. Mas ela pode mesmo contar com Patch ou ele está escondendo segredos mais obscuros do que ela pode imaginar?
Crescendo é o segundo livro da série Hush Hush da autora Becca Fitzpatrick. Para quem não leu Sussurro, talvez não entenda alguns comentários feitos durante esta resenha. Ou pode ser que estes comentários aumentem seu interesse pela série (ou não). Se você já leu o livro anterior, e está ansioso (a) para saber o que acontece em Crescendo (assim como eu estava antes de iniciar sua leitura), não pode deixar de conferir a resenha! Mas antes de começar a lê-la, tenha em mente que a mesma pode conter spoilers.
Crescendo tem o nome perfeito para explicar em uma única palavra todo o movimento do livro. Para quem não sabe, o termo é uma das variações de intensidade musical que apresenta um crescimento gradual do volume, ou seja, a intensidade sonora aumenta, tornando-se mais forte ou rápida. Um exemplo de crescendo é In the Hall of the Mountain King de Edvard Grieg (Veja Aqui). Becca Fitzpatrick constrói a trama de Crescendo dessa forma. Após o prólogo, em que é narrada a morte de Harrison Grey, pai de Nora, já falecido em Sussurro, há um começo calmo, com um romance absurdamente fofo e sem nenhum problema que vai se desenrolando em fatos e mais fatos, aumentando gradativamente as complicações, as dúvidas e os mistérios que cercam mais uma vez Nora Grey até culminar no ponto final em que tudo simplesmente acaba, deixando o leitor extasiado e cheio de dúvidas e ansiedade. Se em Sussurro Becca foi capaz de deixar vários leitores ávidos pela continuação, Crescendo deixará o leitor ainda mais desesperado em busca de respostas e de uma continuação.
Mas, como diria o Jack, O Estripador, vamos por partes...
Nora está vivendo um momento fantástico da sua vida, exceto por fazer dupla com Marcie (sua arquirrival no colégio) no curso de verão, mas isso a princípio é apenas uma pequena questão no meio do todo. Afinal Nora e Patch estão namorando, ainda que a mãe de Nora esteja tentando atrapalhar o relacionamento estabelecendo horários e trazendo possíveis genros para jantar em casa.
É claro que a alegria não dura muito para Nora. Ela descobre que sua mãe é apenas um pequeno problema ao que se refere ao seu relacionamento. Problema mesmo é saber que os Arcanjos são terminantemente contra ao seu namoro com Patch. E como se não bastasse os Arcanjos estão dispostos a provar que Patch ainda não é confiável apesar de ter mudado de posição e prometem um senhor castigo caso ele pise na bola.
Da noite para o dia (literalmente) as coisas mudam e Patch parece estar se envolvendo com outra pessoa, e é claro que isso acaba gerando ainda mais confusões na vida de Nora, como por exemplo, invadir ambientes particulares, entre outras coisas.
Nos dias que seguem Nora se vê frente ao misterioso Scott Parnell, um amigo de infância com quem já havia perdido o contato e com quem sua mãe pretende aproximá-la. E se ser jogada em cima dele já seria horroroso, as coisas ficam ainda piores quando ela percebe certas coisas nas atitudes de Scott.
No meio de tantas questões emocionais mais um problema surge: o mundo dos anjos caídos e dos Nefilins está passando por uma fase muito conturbada, e obviamente Nora se vê envolvida até o pescoço, ainda que não saiba como se meteu nessa.
O novo personagem Scott é uma incógnita no livro e por muito tempo não consegui sacar se ele estava mais perto de ser um vilão ou de ser um ‘mocinho’. E essa duvida ficou ainda maior ao considerar que o próprio Patch não é um mocinho tradicional. Acho que a Becca tem um fraco por esses tipos. E, é claro, as leitoras agradecem.
A trama começa a pegar fogo mesmo quando Patch conta a Nora que os Nefilins criaram uma sociedade secreta para deter os anjos caídos no próximo Cheshvan (época em que os anjos caídos possuem os corpos de seus vassalos Nefilins durante duas semanas). Isso porque eles estão cansados de terem seus corpos usados.
E o grande problema é que se eles conseguirem, os anjos caídos irão ter que procurar outros corpos, corpos humanos. Mas os humanos não irão sobreviver a essa invasão de duas semanas em seus corpos, como os Nefilins sobrevivem. Então milhares de humanos poderão morrer no próximo Cheshvan.
Como se as coisas não pudessem ficar pior, Nora recebe uma carta sinistra dizendo que quem matou seu pai é conhecido como Mão Negra e após fazer uma pequena investigação para descobrir quem é esse cara, todos os indícios apontam para Patch.
Adicione na história o fato sinistro de que Nora começa a ter visões sobre seu pai. Ele começa a aparecer pra ela em determinados locais e ela não consegue saber se é apenas uma ilusão ou se ele está realmente se conectando com ela.
Como vocês podem perceber muita coisa acontece a Nora, assim como no primeiro livro, e ainda que muitos eventos estejam conectados percebemos que não há apenas um perigo por trás de tudo. As motivações são diferentes apesar de o alvo ser o mesmo.
Outro ponto que me chamou a atenção em Crescendo é a forma como máscaras caem, segredos enterrados vêm à baila e revelações cruciais para toda a história, tanto de Crescendo quanto de Sussurro, são feitas. Becca me surpreendeu com a capacidade de revirar do avesso tudo o que era certo, tudo o que não havia a menor contestação e transformar tudo isso com informações pequenas, mas devastadoras. Nada do que parecia ser imutável após Sussurro continua dessa forma em Crescendo.
Agora como nem tudo é um mar de rosas vamos aos fatos que me irritaram. Em Sussurro Nora é esperta, racional e independente, além de ser estudiosa, mas em Crescendo ela parece outra pessoa, sua personalidade esta totalmente diferente, está dependente do Patch de uma forma meio Bella Swan e acredita em tudo o que as pessoas lhe falam, sem parar para raciocinar se aquilo faz sentido. Cadê aquela menina forte do primeiro volume? Eu tinha vontade de entrar no livro só pra dar alguns tapas na cara dela, pra ver se ela acordava pra vida e tomava as atitudes certas.
E o Patch? Ah o Patch… Ele continua irresistível! Mas também me irritou demais, eu tive vontade de metralhar ele umas duzentas vezes enquanto lia Crescendo. E olha que as aparições dele no livro são poucas, mas depois do capitulo 5 toda vez que ele aparecia eu tinha vontade de dar um tiro nele.
Já Rixon e Vee, que agora estão juntos, foram quem roubaram a cena do livro. Vee é uma personagem engraçadíssima e estou feliz por ter lido mais sobre ela, assim como Rixon, também conhecemos mais sobre ele e seu passado. Ambos têm uma grande e surpreendente participação em Crescendo.
Crescendo é cheio de novas descobertas, além de muitas reviravoltas e surpresas! Em diversos momentos fiquei em choque com o que estava lendo, me surpreendi com muitos personagens e com as verdades reveladas. Definitivamente é uma sequência incrível, que além de responder a maioria das perguntas que fizemos ao longo do livro, ainda deixa o leitor curioso para o próximo volume.
Critérios de Avaliação
a) Arte da Capa:
A arte novamente é do fotografo James Porto, e a modelo Samantha Ruggiero representa a Nora. Na capa temos Nora, em uma tempestade, toda descabelada e parecendo que passou por vários problemas. E o ponto principal, tem uma pena. Uma pena com (muitos) detalhes em Vermelho. Vermelho sangue. Ou seja, algum anjo irá sofrer. Sem falar nos raios, que indicam que os caras lá de cima não estão muito felizes com o que estão vendo. É uma capa extremamente bonita. Sua textura não é como na capa anterior, está mais lisa, mas continua opaca, apenas uma fina margem brilhante, deixando um efeito de luz muito interessante.
b) Trama:
Sendo sequencia direta de Sussurro, a trama do livro continua se desenvolvendo de maneira forte e sólida. Há muitas reviravoltas que mudam todos os conceitos apresentados no primeiro livro da série, o que garante a surpresa do leitor sem perder a consistência do enredo e sem “encher linguiça”.
c) Caracterização das Personagens:
Alguns personagens cresceram muito de um livro para o outro, como a Vee. Já outros deram certa murchada e mudada na personalidade, como a Nora. Mas o acréscimo de personagens e o enfoque em outros deu uma equilibrada nessa balança. Becca descreve bem os sentimentos e os pensamentos de seus personagens.
d) Qualidade do Livro (papel, letra, erros, etc.):
Como no seu antecessor, as folhas são opacas e de cor creme, remetendo a manuscrito antigo. Os detalhes das penas voando em algumas páginas continua, porém em menor quantidade. A capitulação com letra gótica continua, o que acho belíssimo e se encaixa com o contexto angelical. A diagramação está ótima, o tamanho das letras deixando a leitura mais confortável. E a revisão está dentro dos padrões da Intrínseca.
e) Comparação com outras obras do gênero:
Com as mudanças na trama, Crescendo se afasta ainda mais da tradicional guerra celestial e de quebra nem cita um possível apocalipse. Isso gera muitos pontos a favor da série, pois esse assunto já está bem saturado no mercado. Quanto ao romance, Becca usou a formula já conhecida de mocinhas que se apaixonam por bad boys e os regeneram, mas esse é mais um caso em que um clichê bem trabalhado não perde para nenhuma ideia original.
Nota: 4,5
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