Hey apples!
Eu sei que estou meio atrasado, tive alguns problemas com internet e com o tempo (sempre a mesma desculpa =P). De qualquer maneira eu quero compartilhar um pouco do que eu achei da Bienal do Livro.
Bem, eu queria escrever assim que chegasse da Bienal pra ter
todos os sentimentos ainda fervilhando e poder descrever o que aconteceu por lá
da melhor maneira possível. Queria arranjar palavras bonitas aproveitando a
inspiração e a empolgação. Queria poder dizer que assim que cheguei em casa
peguei o notebook e arranjei as palavras na tela como se uma das fadas de
Carolina Munhoz estivesse me inspirando.
Mas não foi bem assim.
Eu cheguei em casa morto. Eu estava realmente cansado de
andar para lá e pra cá na Bienal. Cansado da enorme viagem de volta pra Santana
de Parnaíba. Morrendo de frio e com a garganta doendo mais que tudo. Mas também
não posso dizer que cheguei em casa e descansei. Eu não cheguei, tomei banho,
comi algo pra acalmar o estomago e fui dormir. Queria tê-lo feito, mas não fiz.
Quando eu cheguei, a primeira coisa que fiz foi olhar mais
uma vez para meus livros. Arriei a mochila com todo cuidado, abri. Precisava ver
os meus Dragões de Éter autografados. Só então percebi o quanto a mochila
estava cheia. É uma mochila grande, 48 litros, própria pra fazer caminhadas. Entupida
de livros. Imaginei a figura que eu deveria ser andando para la e pra cá entre
os estandes com uma mochila de 48 litros nas costas...
Peguei meus Dragões de Éter para ver os autógrafos. Mas
desisti no meio do caminho entre pegar a capa e abrir. Baixei o Caçadores de
Bruxas e fui olhar meus outros livros. Tudo que fiz foi olhar um pouquinho, pegar
um ou outro e admirar as capas, ler um pouquinho da sinopse. Quando eu
finalmente resolvi tomar banho já tinha se passado mais de uma hora.
Tomei meu banho, peguei uns biscoitos e voltei pros meus
filhos. Não sei que horas da madrugada fui dormir, mas os bichos todos pareciam
já estar acordando.
Assim venho escrever sobre a Bienal um dia depois. Mas não
tenho receio de ter perdido o frescor das sensações. Na verdade elas estão
fervendo ainda. Pra dizer melhor ainda eu acho que elas vão me aquecer por
muito mais tempo.
Estar na Bienal foi impagável! Incrivel! Foda demais!
Desculpa a expressão, mas entenda que sou jovem, empolgado e
não tenho outra pra expressar o que senti. Acontece que aquele lugar era
enorme, e só tinha livros. Todos estava lá somente
pelos livros, e posso dizer com a absoluta certeza de quem precisava andar a
passo de tartaruga com uma mochila de 48L nas costas. Agora, pensando assim,
com aquela mochila enorme eu bem devia estar parecendo uma tartaruga mesmo...
Mas não importa. O que importa é que depois de 5 anos eu
finalmente encontrei Raphael Draccon.
Eu li Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas em 2007, assim
que saiu, sentado no chão da Livraria Siciliano. Achei a historia incrível e a
inteligência do autor insuperável. Era algo que eu nunca tinha visto antes. E
desde então comecei a sonhar com Nova Ether. Um tempo depois descobri que o
autor era brasileiro e se chamava Raphael Draccon. Daí pra procurar mais na
internet, entrar na comunidade do Orkut e começar a falar como um louco foram
dois tempos. De lá para cá muitas coisas aconteceram. Saíram mais dois livros, um
comigo como personagem; conheci muita gente, amigos de verdade; houve um
concurso de contos do qual fui vencedor, e, como premio, ganhei o privilégio de
moldar a vontade dos semideuses de Nova Ether para criar Emile.
Apesar de tantas coisas boas terem acontecido, algo faltava.
Eu nunca tinha encontrado o Criador, nunca tinha visto Draccon. O máximo que
cheguei perto disso foi numa conferencia por Skype, parte do premio do concurso
de contos. A minha falta de sorte era tão grande que até mesmo quando Raphael
foi em Salvador, depois de muito tempo, vários dos meus amigos a quem eu tinha
apresentado o livro puderam ve-lo. Mas eu estava longe, estava do outro lado do
Brasil.
Agora junte os 5 anos de espera a mais um milhar de gente
falando de como o Criador era legal. Como se não bastasse, uma coisa sempre foi
certa: Draccon se importava com seus fãs. Se importava ao ponto de entregar uma
de suas personagens para ser criada por eles. Sempre que pôde estava
respondendo coisas no twitter, compartilhando links no facebook, postando
coisas em seu blog. O cara sabe cativar. Isso deveria decerto acalmar os meus
ânimos, pois ele sempre foi presente no contato com os fãs. Mas não. Pra mim só
aumentava o desespero de ainda não ter encontrado um autor tão diferente, uma
pessoa tão incrível.
Finalmente encontrei o Criador.
Entrei na Bienal, junto com Carolina Feng e fiquei louco com
tantos estandes e tantas pessoas. Fomos procurando o estande em que ele estava
e, de tanto andar, acabamos nos desencontrando. Mas celular tá aí pra ajudar
aos perdidos. Um dos amigos me disse que eles estavam voltando para o estande da
Leya (por onde já tínhamos passado). Voltamos pro estande da Leya e ainda no
caminho avistei um exercito de fãs gritando. Gente com cosplay, gente com a
camisa da comunidade, gente que eu nunca tinha visto e rostos conhecidos. Esqueci
de tudo ao redor e entrei correndo na fila de gritadores. Paramos na frente de
Draccon. Alguém me deu uma mochila pra segurar e percebi que era Moises Suhet.
Ele foi a frente e começou a homenagem ao Criador de Nova Ether. Nós cantamos e
ele se emocionou. Me emocionei já de gritar, de fazer parte daquilo. De repente
percebo Yaramar no meio das pessoas. Tanto que quis encontrar ela! Ela me deu
um abraço e me guiou até Raphael.
Vou ser franco. Apesar de todas as pessoas ali, de todo o
barulho que uma multidão é capaz de fazer, não ouvi mais ninguém. O Criador me
deu um abraço, eu murmurei alguma coisa sobre finalmente tê-lo encontrado e ele
me disse: Obrigado.
Eu não sei o que diabos pode acontecer na mente das pessoas
em uma hora dessas. Talvez um moleque de 8 anos que receba a provação por algo
que fez entenda mais ou menos o que eu senti. Talvez o rapaz apaixonado quando,
depois de muito sofrer em vão, descobre que o sentimento é reciproco entenda
mais ou menos o que eu senti. Talvez um escultor que trabalhou pesado e por
muito tempo em uma obra-prima, quando termina o seu trabalho, se orgulha das
horas gastas e recebe vários elogios entenda mais ou menos o que eu senti. O
que eu sei é que eu mesmo não sei o que foi aquilo. Mas a felicidade não cabia
em mim.
Incrivelmente eu não explodi como sempre acontece. Não saí gritando,
pulando, abraçando pessoas a esmo. Não disse “VEEEEY! MENTIU!”. Incrivelmente tudo que consegui fazer foi
sorrir e sentir um calor desconhecido se espalhar pelo meu corpo. Não lembro
direito o que aconteceu depois. Sei que respondi a algumas piadas, tirei fotos
e agi com toda naturalidade do mundo. Mas o tal calor ainda permeava minhas
veias.
Durante o resto do dia aproveitei a companhia dos amigos
antigos e conheci alguns novos. Pessoas que sem duvida assumiram papeis
importantes na minha vida. Amizades forjadas no éter que tenho certeza que
podem transcender mundos sem fim. Conversei mais um pouco com o Raphael
enquanto ele finalmente assinava meus livros. Conheci a linda da Carolina
Munhoz e me convenci de que tenho que ler o livro dela pra ontem. Comi comidas
que não valiam o preço, ri muito, fui extremamente feliz por horas a fio. E
conheci Yaramar.
Conversava com Yaramar antes de saber que ela assessora do
Draccon. Com o tempo fui sendo conquistado pelo seu jeito e atenção. De repente
estava cativado por sua essência, pelo carinho com que ela nos tratava. Ano
passado, se bem me lembro, descobrimos que a Yaramar era, na verdade, mãe do
Raphael Draccon. Pra mim foi uma revelação e tanto. Acontece que eu queria
ve-la tanto quanto queria encontrar Raphael. E pude conversar com ela na Bienal
e perceber o quanto ela é especial. Agora tenho certeza que a admiro tanto
quanto admiro o seu filho. E olha que o cara é autor de uma de minhas series
favoritas.
Posso dizer que a Bienal foi uma experiência sem
comparações. Cheguei em casa quase bêbado de felicidade. Foram inigualáveis os
momentos que passei. Os amigos, os livros, os autores (inclusive Marcos
Monjardim ;P). Ouvir da Yaramar e do próprio Criador que eu era especial para a
saga e para eles.
O calor desconhecido que se espalhou por meu corpo se
concentrou em algum lugar do meu peito. Faz pressão quando o menciono, volta a
correr quando relembro. Mas sei que, seja lá o que for, não vai embora tão
cedo. Vai continuar me aquecendo com irradiações de alegria, de felicidade.
Hey Apple!
ResponderExcluirGostei muito de te conhecer! Fica o abraço! Parabéns pelo blog!
Abrass
Hey man, emocionou vei. VEIIIIIIIIII, falo bonito.
ResponderExcluirVey...As lágrimas descem, a emoção toma conta do meu ser, a saudade destes momentos se torna imensa e o orgulho de ter conhecido uma pessoa tão linda como você, Jau, é impagável. Qualquer coisa que diga neste momento não refletirá a força da realidade, então só posso parafrasear o Criador e dizer...obrigada.
ResponderExcluirGalileu, foi muito bom ver vc tb. Acho q vc deveria começar a comparecer nos Eterencontros. =D
ResponderExcluirAngeliski, faltou vc la vey!!!
Yaramar, eu ainda fico relendo a dedicatoria q vc fez em meu Circulos de Chuva. Sou muito grato por ter te conhecido e ao pessoal de DdE.
Que texto lindo! Fiquei emocionada com tudo que escreveu. É muito gostoso ver um sentimento tão puro e verdadeiro.
ResponderExcluirO Raphael é abençoado por ter um leitor tão querido e saiba que assim como eles já te tenho no coração.
Que as fadas te iluminem sempre!
Carol, fico sem palavras. Fico feliz que tenha gostado e fico em divida com vc, preciso ser um leitor seu tambem! Mas msm antes de ler O Inverno das Fadas, quero que saiba que já te admiro e gosto muito, já tem lugar reservado no meu coração ^^
ResponderExcluirJau, seu sentimental. (Mas adorei seu texto e invejei sua mochila de 48l cheia de livros)
ResponderExcluir=')
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